quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Noticia


Estudo de proteínas a ajuda a desenvolver problemas contra o cranco
Luís Valente iniciou o doutoramento em Biologia Experimental e Biomedicina na Universidade de Coimbra.
Luís Valente, investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), explica que o estudo onde participou como primeiro autor, no âmbito do doutoramento, “tentou perceber a influência de uma proteína em mecanismos fundamentais para a divisão das células”. 

Um conhecimento que “pode ter implicações no tratamento de certas doenças porque toda a informação que se consiga ter sobre como é que células se dividem e como mantêm a integridade dos cromossomas é importante para perceber o que corre mal, quando algo corre mal”, pormenoriza. 

Iniciou a investigação sobre a função da proteína da levedura de fissão chamada Teb1 nos telômeros, ou seja, extremidades dos cromossomas, estruturas muito importantes na regulação de processos ligados, por exemplo, ao envelhecimento. 

No decorrer do trabalho, percebeu que “Teb1 não se liga aos telômeros” como inicialmente era pensado, mas tem uma função importante na regulação de proteínas chamadas histonas, “essenciais para a estrutura do cromossoma, pois organizam e compactam o DNA”, pormenoriza Luís Valente. 

O trabalho trouxe “um maior conhecimento de como se regulam genes tão fundamentais como as histonas”, diz o investigador. “A proteína Teb1, ao regular a quantidade de histonas que são produzidas, está também a influenciar toda a estrutura do cromossoma”, acrescenta. 

Neste trabalho verificou-se também que “o centrômero [uma região do cromossoma essencial para uma correta divisão celular] é uma estrutura particularmente afetada pelo mau funcionamento de Teb1, por mecanismos que ainda não estão completamente esclarecidos, mas que julgamos estarem relacionados com a quantidade relativa de diferentes histonas que a célula produz”, pormenoriza Luís Valente. 

Luís Valente sublinha que “problemas nestas estruturas, telômeros ou centrômeros, podem causar erros durante o processo de divisão das células, o que pode levar ao aparecimento de doenças como o cancro”. 

A curto prazo estas descobertas sobre as diferentes funções da proteína Teb1 vão permitir aprofundar o conhecimento de como se mantém a integridade e a função dos cromossomas. 

Luís Valente fala do futuro depois desta investigação e sublinha que daqui pode advir o desenvolvimento de cromossomas artificiais e melhor entendimento das causas de instabilidade genética. 

“A longo prazo, e juntamente com muitos outros estudos na área, este estudo contribui para o conhecimento que permitirá o desenvolvimento de cromossomas artificiais, ou seja, cromossomas criados em laboratório que podem ser ‘adicionados’ aos cromossomas humanos e que podem conter genes que permitem curar certo tipo de doenças, bem como entender os mecanismos que levam à instabilidade genética e ao cancro. Sem os entendermos será muito difícil desenhar estratégias eficientes para travarmos o aparecimento e a progressão da doença”, explica Luís. 

O próximo passo nesta investigação será perceber qual a relação entre esta proteína e outras anteriormente identificadas que também regulam a produção de histonas, bem como entender quais os mecanismos pelos quais Teb1 influencia a manutenção dos centrômeros. 

Para Luís Valente “será também crucial compreender quais os paralelismos e divergências que existem na regulação da produção de histonas entre as leveduras e os humanos”. 

Luís Valente está neste momento a realizar um pós-doutoramento no IGC, no laboratório de Mecanismos Epigenéticos, onde são utilizadas linhas celulares para estudar os processos que permitem que o centrômero seja herdado corretamente pelas células-filhas. 

“O projeto no qual estou mais envolvido tem por objectivo a criação de um novo centrômero num dos cromossomas, ou seja, pretendemos estudar um centrômero não herdado e recém-formado de modo a que seja possível compreender os mecanismos de regulação e manutenção desta estrutura”, afirma Luís. 

Reflexão pessoal:
Penso que esta é uma noticia bastante pertinente, pois estamos a abordar conceitos relacionados com as proteínas. Já aprendemos que os prótidos têm como unidade básica, os aminoácidos que se podem ligar entre si entre ligações peptídicas dando origem a péptidos e a proteínas. As proteínas têm como principal função, a estrutural, mas também apresentam outras como enzimática (pepsina), de defesa  (anticorpos), de transporte(hemoglobina), reguladora (insulina), contráctil ou motora (miosina). É fascinante como as proteínas podem ser reguladas para ajudarem a curar o cancro, principalmente regular a informação genética presente nos genes dos cromossomas.  Tanta procura, e talvez o segredo esteja mesmo no nosso corpo!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário